Sinta-se em casa...

Eu quero beber a sua alma!
Sentir o seu sabor embebido em mistério...
Consumir a linguagem e
amargar a saliva no fel imaginário!

quinta-feira, 25 de abril de 2019

DOR



Eu tenho uma dor dentro do meu peito...
Que arde e se alastra pelos condutores do meu corpo.
Sinto a pele erigir,
As veias dos meus olhos saltam...
Estatelados observam os movimentos alheios.
Sentem o frigir dos dentes,
Numa sintomática de revelia à imaginação do que seja.
Eu sinto a dor ser pertinente e insistente.
Corrói minhas entranhas.
Sinto os nós do contratempo no estômago...
O medo me aflige,
Retraio-me,
Fecho-me em concha e ouço as lamentações.
De sobressalto me ergo,
Olho ao redor e vejo os transeuntes coloridos...
Suas caras fechadas fitam o próprio umbigo...
Ninguém percebe a dor alheia,
Que é sintomática e própria.
Por mais que se assemelhe a sua dor é única e pessoal.
Meu tempo se esvai e quando percebo a dor,
Que parecia dor, se transformar...
Em linhas delineadas de lamento.






terça-feira, 16 de abril de 2019

EFÊMERA VIDA!


(Toque na imagem para ampliá-la)


Efêmera vida!

O que dizer...
O que pensar...
Estamos nós aqui nos bastidores, assistindo os acontecimentos que nos doem n’alma.
Já não nos restam dúvidas, da efemeridade da vida.
Adianta dizer à você, sim você que agora lê estas linhas que este momento presente é único? Que ele nunca mais vai voltar? Que você deve aproveitá-lo da melhor forma possível, fazendo o que gosta, usando aquela roupa que está guardada para uma ocasião especial, que deve fazer as viagens dos sonhos, abraçar seu filho fortemente e dizer um “eu te amo” daqueles bem gostosos, sair com os amigos, bater papo, jogar conversa fora, rir, contar piada, participar de grupos de ajuda, da comunidade...?
Sim, devemos fazer de nossas vidas uma sequência de atos que preencham todas as lacunas e nos deixem cansados, não de ostracismo, mas de sentir a vida intensamente em sua essência.
Precisamos viver mais, pois a cada dia, a cada notícia que recebemos ratifica o que penso e digo.
Este ano de 2019 tem se mostrado bem na esfera, de que devemos estar na vida pra valer com mais doações, mais loucuras, com muita, mais muita intensidade mesmo.
Porque não sabemos a que momento teremos uma surpresa. Encontrar um motorista bêbado do lado contrário ao seu na estrada; o rompimento de uma barragem que vá engolindo tudo o que vê pela frente e ceifando vidas de todas as espécies e modificando a paisagem; um incêndio que vá consumindo em segundos tudo o que vê e, não dando chance de defesa à ninguém; uma chuva torrencial que deixa em pânico muita gente; um deslizamento de terra nas encostas, onde a Defesa Civil, geralmente sem muito efetivo, não consegue convencer o morador a sair de sua casa, que prefere correr o risco de morrer, a ficar sem um teto; um helicóptero que cai; uma bala perdida...
Eu vivo a dizer: ninguém sabe o prazo de validade de cada um, a vida é um completo mistério! Como a finalização de Blade Runner, a frase ainda ecoa em minha mente desde que sai do cinema lá nos idos da década de 80: “...De onde foi que eu vim? Para onde vou? Quanto tempo eu tenho?...”
Pois é, então temos que aproveitar a vida ao máximo: brincando com as crianças, abraçando seus pais fortemente, dançando na chuva, dando uma de louco mesmo; ninguém paga suas contas, se te chamarem de louco, diga que você é mesmo. Nesta vida quem não é louco perde a oportunidade de viver de verdade, mas respeite e respeite-se, não há nada melhor do que saber o que está fazendo dentro dos limites de cada um. Não é necessário invadir o espaço do outro, para ser feliz. Seja feliz e contagie-o para que ele te acompanhe!
Siga perante suas crenças e não desmistifique o outro, cada qual vive que acordo com sua fé. O importante é disseminar a união, a bondade. Não julgue, para não ser julgado, não perca tempo querendo mudar a vida de ninguém. Mude a si próprio, cada qual escolhe seu caminho, sua fé, suas religiões. Temos que reconhecer a importância de todos e suportar a individualidade de cada um. É difícil né? Fácil falar, difícil agir, mas o importante é tentar!
Liberte-se!!!
É! Efêmera vida, lhe peço tempo para continuar a ver crescer meus filhos e netos e piedade aos seres que não têm forças para conduzir suas vidas de forma salutar e ao invés disso, preferem atrapalhar e cuidar da vida alheia, como se isso fosse um jogo ou brincadeira.
Obrigada Senhor, por me conceder o discernimento e a paz interior para identificar o que é bom e mau e permita que as pessoas que me cercam, aprendam a seguir de forma e intensidade a ter suas vidas completas e exaustas de “bom viver”, de doação, de amizade, de valores, que lhes enveredem por caminhos de benevolência.
Elaine Cristina de Alencar
Membro do Grupo Experimental da AAL – Academia Araçatubense de Letras