Sinta-se em casa...

Eu quero beber a sua alma!
Sentir o seu sabor embebido em mistério...
Consumir a linguagem e
amargar a saliva no fel imaginário!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

O CLIENTE AINDA TEM RAZÃO?


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O cliente ainda tem razão?

            Eu tenho um automóvel, sim um automóvel, pois como diz certo amigo, quem tem carro é gente bacana. Carro é Audi, Mercedes, Hyunday e outros que se valham da primeira linha o meu é mesmo um Gol 93, quadradinho, polivalente e porreta.
            Meu automóvel passou diversos anos sem um codinome; depois de tanto tempo ao meu lado, indo e voltando de grandes viagens para vários lugares do estado e fora dele, tive de estalo a sensação de estar sendo guiada por um “valente corcel de quatro rodas”. Sim ele é muito aguerrido, não foge da luta e detalhe: tantos anos e nunca me deixou na mão, de maneira que não fosse contornada de forma eficaz e fácil.
            Pois sim, dia destes, como há que se esperar com tudo o que é antigo e usado, uma das maçanetas que fazem levantar e descer os vidros quebrou. Assim, começou minha maratona atrás de uma peça, pois algumas só se encontram em sucatas, ferros velhos. Pois bem, girei Araçatuba atrás do que precisava e não consegui encontrar uma a altura do meu Valente, mas como não podemos ficar sem o item neste calor horrendo da cidade da Terra do Boi, parei em uma destas lojas que vendem acessórios alternativos para autos, em uma grande avenida da cidade e adquiri um produto para poder substituir, em funcionalidade o quebrado.
 Já havia me conformado com a substituição do item, que de aparência não se assemelhava ao que foi substituído, mas por incrível que pareça três dias após a troca, ao chegar em casa fui subir o vidro, dei duas rodadas e “tec” olha lá a maçaneta em minhas mãos. Eu pensei, pensei, pensei mais uma vez. Não tive dúvida “meu dinheiro não é capim”, retornei ao local e mostrei à atendente do balcão a peça. Ela olhou, olhou e falou:
 - Hummm, quebrou? A máquina do seu vidro está boa e deslizando fácil? Disse que sim. (Ah, detalhe dessa vez quebrou o item da porta do motorista o problema anterior foi da porta do passageiro.) Ela pegou outra peça fechada em um invólucro plástico colocou em cima do balcão e falou assim:
-Leva esta e vá a algum lugar para que alguém coloque pra você!
Agora eu pergunto:
- Só com essa resposta, devo voltar a este local para adquirir qualquer outro produto?
Tenho certeza de que qualquer um que possua um mínimo de discernimento vai dizer que não. Todos sabem a minha resposta antecipada, não preciso ser explícita.
Cheguei à porta de casa, e parafusei a maçaneta no lugar; detalhe: as duas, porque a outra já havia caído há alguns dias. Não preciso da delicadeza de ninguém para fazer algo tão simples; seria obrigação do lojista ser cortês com seu público, mas tudo bem, estava ao meu alcance fazê-lo.
Nestas andanças pelo comércio e analisando pelo termo globalização, eu vejo cada vez mais os funcionários de vários locais se afastando do consumidor, dando razão para que um boca-a-boca negativo, (que mobiliza 90% dos interlocutores), se instale podendo assim destituir qualquer entidade de suas atividades. E as pessoas não criam consciência de que o velho jargão ainda está em alta:
O cliente ainda tem razão!

Elaine Alencar – (Membro do GE da Academia Araçatubense de Letras)

Texto publicado na edição de quarta-feira 28/07/2009, na Folha da Região 

Um comentário:

Carlos Owner disse...

Olá Elaine, Jackie...
Adortei o seu texto e realemnte tem muito a ver conosco. Somos livres e espontâneos, e mantemos o que está dito: "o cliente tem razão".

Gostaria de convidá-la para responder com seu textono Isoquali Brasil e me autorizar a publica-lio com link para o seu blog, com todos os créditos é claro. Agradeço a "miga" Jane por me mostrar o caminho. Parabéns pelo blog.
Carlos - Isoquali Brasil - o seu site da Qualidade
http://isoquali.wordpress.com